Rota da Liberdade conecta passado e presente entre Vitória e Serra em homenagem à luta por justiça social

O Espírito Santo acaba de ganhar um roteiro turístico que vai muito além das belas paisagens e da boa gastronomia. Trata-se da Rota da Liberdade, um percurso que convida capixabas e visitantes a revisitarem um dos capítulos mais emblemáticos – e silenciados – da história local: a maior revolta de pessoas escravizadas no estado, liderada por Chico Prego e João da Viúva.

A iniciativa é fruto da Lei 12.466/2025, sancionada a partir de projeto do deputado estadual Fábio Duarte (Rede), e publicada no Diário Oficial. Mais do que um atrativo cultural, a proposta é um gesto de reconhecimento e reparação histórica. A nova rota entre Vitória e a Serra combina turismo histórico, fé, gastronomia e consciência.

O trajeto parte do Palácio Anchieta, palco dos julgamentos e sentenças de morte dos líderes do levante. Passa pela Praça Oito, antigo ponto de punição pública dos insurgentes, e segue por marcos simbólicos como o Centro da Serra, Marco Zero, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a estátua de Chico Prego, construída onde se acredita ter sido sua execução.

A jornada culmina no Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado, cenário original da insurreição. Lá, entre ruínas da antiga Igreja de São José, ecoam os gritos sufocados por liberdade que, por muito tempo, a história oficial tentou calar.

Mas o projeto não se limita à memória. A lei também autoriza investimentos públicos em infraestrutura turística, com foco em acessibilidade, segurança, hospedagem, alimentação e sinalização — ações que podem transformar a rota em um eixo de desenvolvimento econômico e fortalecimento da identidade cultural capixaba.

Agroturismos de Pitanga, Guaranhuns e Putiri complementam o roteiro, oferecendo sabores da terra e acolhimento típico da região, enquanto conectam o turista com o Espírito Santo profundo, marcado por luta, resistência e ancestralidade.

A Rota da Liberdade é, antes de tudo, um convite: olhar para o passado com os olhos de hoje e entender que a história se percorre não apenas com os pés — mas com consciência.

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