Proposta quer transformar o tratamento educacional de estudantes superdotados no ES

O Projeto de Lei 199/2025, apresentado pelo deputado Denninho Silva (União), lança luz sobre um tema negligenciado por décadas: o suporte educacional especializado a crianças e adolescentes com altas habilidades ou superdotação. A proposta, em análise na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, não é apenas uma formalidade legislativa — é um convite à sociedade capixaba para reavaliar como lidamos com talentos fora da curva.

Superdotação não é privilégio. É desafio. É responsabilidade. É oportunidade de investimento humano. Mas, sem identificação precoce e acompanhamento adequado, o que poderia florescer vira frustração, evasão e subutilização de inteligência em tempos que clamam por inovação.

A proposta de Denninho é ambiciosa — como precisa ser qualquer política voltada a esse público. Fala em avaliações específicas, material didático personalizado, mentoria com especialistas, flexibilização curricular, formação continuada para professores, orientação às famílias, núcleos regionais de apoio, adesão dos municípios… É, em suma, uma tentativa de criar um ecossistema educacional onde o talento não se perca por omissão do Estado.

O que se discute aqui não é um luxo pedagógico. É um direito. A Constituição Federal assegura educação conforme as necessidades de cada estudante. Ignorar os superdotados é também uma forma de exclusão.

Resta saber se a iniciativa será tratada com a seriedade que merece ou se seguirá o caminho de tantas outras boas ideias: arquivadas por falta de pressão popular ou desidratadas em comissões. A matéria já caminha pelas comissões de Justiça, Direitos Humanos, Educação, Proteção à Criança e Finanças. É o momento de educadores, famílias e instituições de ensino se manifestarem.

Que o Espírito Santo não se limite ao discurso. Que transforme a política pública para superdotados em uma prática efetiva. Porque talento desperdiçado é dívida social — e, convenhamos, já acumulamos demais.

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