Caminhar pelo supermercado no tempo de páscoa não é tão simples assim. Especialmente onde estão expostos os caríssimos ovos de chocolate. Ainda mais se você for uma pessoa alta, assim como eu.
Uma pessoa com mais de 1,80 de altura ter que, simultaneamente, esquivar-se dos ovos de chocolate, flexionando os joelhos, olhar para cima à procura de preços e cuidar para não esbarrar nas outras pessoas é praticamente uma aula de pilates ou algo parecido.
Claro que os ovos de chocolate têm seu encanto, sua magia. Mas o PROCON de São Paulo realizou uma pesquisa, ano passado, e alertou que o ovo de páscoa custa quatro vezes mais caro do que a barra do mesmo chocolate.
É tempo de dobrar os joelhos, olhar para o alto e valorizar a caríssima páscoa. E não falo mais dos ovos de chocolate, mas do Salvador. A páscoa não pode soar como algo motivacional ou coaching, como “páscoa é o ressurgimento diante das aflições da vida”. Longe disto.
A páscoa é o sacrifício que Deus fez na cruz. Páscoa é a vitória de Jesus sobre a morte, diabo, inferno. Páscoa não é uma água adocicada motivacional. Páscoa é perdão dos pecados. É redenção. É transformação do ser. É libertação do inferno. É o Reino de Deus dado de presente. Páscoa é Jesus.
O livro de Apocalipse retrata a Jesus da seguinte forma: “Eu sou aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre. Tenho autoridade sobre a morte e sobre o mundo dos mortos” (Apocalipse 1.18). Páscoa com conteúdo é aquela onde o Ressuscitado está presente. Mesmo que esta não seja tão doce ou não tenha todos os que queremos ao redor da mesa. Com conteúdo certo, é a páscoa certa.
Triste, porém, é a páscoa que se esbanja nos chocolates, na fábula do coelhinho e onde se blinda o coração para este amor transformador. Cedo ou tarde, sobre estas vidas, cairá o gosto mais amargo. O da condenação.
Então fica a dica: é tempo de nos prostrarmos e olharmos para o alto. Não diante de um estande repleto de ovos de chocolate que valem uma pequena fortuna. Mas de dobrarmos nossos joelhos diante de Jesus e, prostrados, olhar para o alto e reconhecer o preço caríssimo da doce salvação que nos foi dada de presente: o sangue do Cordeiro de Deus.
Rev. Bruno Serves
CEL Cristo, Candelária-RS
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