O agronegócio do Espírito Santo registrou desempenho histórico nas exportações entre janeiro e junho de 2025, alcançando US$ 1,56 bilhão — o maior valor já registrado para o período. O montante representa leve crescimento de 0,2% em relação ao mesmo semestre de 2024, mantendo a solidez do setor mesmo diante de incertezas no comércio global. Foram embarcadas mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos capixabas.

O resultado capixaba foi superior à média nacional, que apontou queda de 0,2% nas exportações do agro no período.

De acordo com o secretário de Agricultura, Enio Bergoli, os números ainda não refletem o impacto do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos, principal destino dos produtos capixabas no semestre, com 20% da receita. A expectativa é de monitorar os reflexos a partir de julho.

Entre os destaques do semestre, o complexo cafeeiro liderou com US$ 771,9 milhões (quase metade do total exportado). A celulose ficou em segundo lugar, com US$ 492,1 milhões, seguida pela pimenta-do-reino, que bateu recorde histórico ao atingir US$ 201,8 milhões — superando em seis meses todo o valor exportado em 2024.

Outros produtos em destaque foram mamão (US$ 16,4 milhões), carne bovina (US$ 14,7 milhões), chocolates (US$ 9,2 milhões), gengibre (US$ 8,1 milhões), ovos (US$ 6,2 milhões), álcool etílico (US$ 6 milhões) e pescados (US$ 5,6 milhões). O conjunto de itens diversos do agro somou US$ 24,9 milhões.

Expansão e liderança nacional

A exportação de pimenta-do-reino cresceu 139% em valor e 47% em volume, consolidando o Espírito Santo como líder nacional, com 65% de participação. Também houve crescimento expressivo nas exportações de pescados (+91,6% em valor), café solúvel (+72,2%) e mamão (+24,5%). Em volume, os maiores saltos foram nos ovos (+765%), pescados (+79,3%) e gengibre (+11%).

Ao todo, os produtos capixabas chegaram a 115 países. Após os Estados Unidos, os principais destinos foram Turquia (9,7%) e China (7%).

O Estado lidera nacionalmente as exportações de gengibre (58% do total brasileiro), pimenta-do-reino (65%) e mamão (41%), e aparece como segundo maior exportador do País no segmento cafeeiro.

Nota técnica

A Seag informou que os dados de exportação de açúcar de cana relativos a fevereiro e março de 2024 foram desconsiderados da análise, por apresentarem valores atípicos que destoam das médias históricas.