Estudo revela gargalos e oportunidades na cadeia da uva no Espírito Santo

Um diagnóstico inédito realizado pelo Incaper revelou que apenas 26,16% da produção de uva no Espírito Santo é processada por agroindústrias. O levantamento, que ouviu produtores e empreendedores do setor, mostra que o estado – oitavo maior produtor do país – ainda tem grande potencial para expandir sua agroindustrialização, especialmente com foco na agricultura familiar e na geração de renda local.

A pesquisa foi conduzida em municípios como Santa Teresa, Alfredo Chaves, Domingos Martins, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante, que juntos representam 57,3% da produção estadual de uvas. Nesses locais, predominam agricultores familiares, sendo que mais de 70% cultivam em áreas inferiores a meio hectare.

Apesar da produção expressiva, apenas 495 toneladas das 3,2 mil colhidas em 2022 foram destinadas ao processamento. O restante é vendido in natura, refletindo os desafios enfrentados pelas agroindústrias, como a sazonalidade da matéria-prima, limitações estruturais e falta de capital de giro.

Entre os produtos fabricados a partir da uva, o vinho lidera com quase 50% da produção processada, seguido por polpa para sucos (31,6%), sucos prontos (13,7%) e espumantes (5,8%). A comercialização ainda é majoritariamente local, embora 35,7% das agroindústrias já vendam para fora do estado, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O estudo também identificou otimismo no setor: a maioria dos produtores pretende manter ou ampliar suas lavouras, e todas as agroindústrias entrevistadas demonstraram intenção de crescer, inclusive com investimentos em tecnologia, marketing digital e controle de gestão.

As recomendações da pesquisa incluem:

  • melhorias no manejo e sustentabilidade da produção;

  • capacitação em marketing e vendas online;

  • estímulo à rastreabilidade das uvas;

  • diversificação da linha de produtos (como sucos em pó e derivados do bagaço);

  • incentivo à profissionalização da gestão financeira.

O diagnóstico foi apoiado pela Fapes e pela Secretaria de Estado da Agricultura, e os resultados estão disponíveis em publicações científicas nacionais e internacionais.

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