Sefaz destaca aumento de receitas no estado De acordo com avaliação do secretário de Fazenda, Benicio Costa, arrecadação tributária, sobretudo do ICMS, teve peso importante para bom desempenho do Estado

Em reunião de prestação de contas nesta segunda-feira (14) na Comissão de Finanças, o secretário de Estado da Fazenda Benicio Costa comparou os números da economia capixaba entre os períodos de janeiro a agosto de 2023 e deste ano. O titular da pasta falou sobre arrecadação, despesas e investimentos operados pelo governo.

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Conforme os dados apresentados, no campo das receitas correntes houve variação nominal – sem ajustes pela inflação – positiva de 16,6% (R$ 20,7 bilhões x R$ 24,2 bilhões). O desempenho é sustentado, sobretudo, por dois pilares. O primeiro e mais significativo é a arrecadação tributária positiva (18,9%).

Nesse ponto, o destaque foi para o peso do crescimento de 21% na entrada de ICMS, o principal imposto estadual: R$ 2,3 bilhões a mais nos cofres públicos. A maior variação foi do tributo advindo do comércio, com 62,9%. “Vinte por cento da nossa arrecadação de ICMS é repassada para os municípios”, lembrou o convidado.

Por outro lado, houve redução do imposto oriundo da indústria e da substituição tributária, que caíram 14,8% e 15,7%, respectivamente. Segundo o secretário, essa desaceleração tem relação com a retirada de produtos dessas rubricas de receita, como autopeças e vinhos (substituição tributária) e monofasia dos combustíveis (indústria).

“De maneira geral, o ICMS total performou muito bem, isso vem fazendo com que nossa receita tenha um resultado extremamente positivo, uma das melhores do país”, assegurou o titular da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

O segundo pilar da arrecadação são as receitas de transferência. Elas cresceram 20,1% ancoradas no bom desempenho do repasse de royalties de petróleo e gás e participações especiais (38,7%), que saiu de R$ 780 milhões para mais de R$ 1 bi. A queda observada ano passado nesse quesito foi assunto debatido entre os parlamentares.

Sobre o resultado primário negativo, Benicio contou que tem ligação com a capacidade de poupança elevada. “Faz com que a gente utilize recursos que ficaram em outros exercícios (…) para poder pagar nesse exercício corrente. Isso faz com que o resultado primário diminua”.

O secretário preferiu enaltecer o resultado orçamentário “superpositivo”, que ultrapassa os R$ 2 bilhões. Esse indicador, conforme sintetizou, pode ser calculado de maneira geral como “tudo de despesa e tudo de receita” que foi realizado nesse exercício.

Despesa corrente x receita corrente ajustada

Os gráficos mostram um ponto de inflexão que envolve a trajetória da receita corrente líquida e da despesa corrente líquida ajustada. Em 2023, ambos os indicativos entraram em viés de baixa e até agosto deste ano são, respectivamente, de R$ 24,2 bilhões e R$ 18,4 bilhões, uma diferença de aproximadamente de R$ 5,8 bilhões.

“Em nenhum momento da série histórica a nossa despesa ultrapassa a nossa receita corrente ajustada. Isso mostra para a gente que o Estado em relação às suas contas públicas, em relação às suas receitas e despesas, está bastante equilibrado. Inclusive, a gente tem até aumentado essa diferença”, contou o gestor da Sefaz.

De acordo com o secretário Benicio Costa, o governo conseguiu ampliar o “gap” entre esses dois critérios na série histórica (que remonta a 2017) e aumentar a poupança corrente. Em agosto do ano passado, esses números eram mais apertados: R$ 29,2 bilhões contra R$ 24,5 bilhões.

“Estamos abrindo a boca do jacaré”, reforçou o presidente da Comissão de Finanças, Tyago Hoffmann (PSB), que completou. “Isso mostra muito bem que o Estado vem conseguindo controlar despesas de maneira adequada. Isso não é só papel do Executivo, é papel de todos os poderes”, ressaltou.

Dívida consolidada líquida

Outro ponto abordado pelo titular da Fazenda, a dívida consolidada líquida (DCL) está negativa pelo quarto ano seguido. Ela atinge ao seu mínimo da série histórica desde 2018, com -7,9% (- R$ 1,9 bilhão) da receita corrente líquida, que chegou a R$ 24,7 bilhões em agosto de 2024.

“Nosso gráfico da dívida consolidada líquida vai diminuindo com o tempo, está ficando mais negativo. Isso quer dizer que a nossa capacidade de geração de caixa é maior que o nosso endividamento. Ou seja, proporcionalmente o nosso caixa cresce mais do que o nosso endividamento (de curto, médio e longo prazo)”, argumentou.

Gasto com pessoal e investimento

No Poder Executivo, o gasto com pessoal ficou em 37,14%, ligeiramente abaixo dos 38,29% registrados até o segundo quadrimestre de 2023. O percentual de alerta é de 44,1%; o prudencial, de 46,55%; e o máximo permitido por lei é de 49%.

Os dados de investimento, segundo o secretário, subiram 16% quando comparados os períodos de janeiro e agosto de 2023 e 2024. Eles passaram de R$ 2,2 bilhões para 2,6 bilhões em valores pagos pelo governo.

Precatórios

Ladeado por Hoffmann, Julio da Fetaes (PT) e Mazinho dos Anjos (PSDB), Coronel Weliton (PRD) perguntou a Benicio Costa da perspectiva para o pagamento dos precatórios. Como resposta, ouviu que o orçamento 2025 conta com previsão de contingência, mas passou a bola para a Procuradoria-Geral do Estado (PGE). “Até onde eu sei essa discussão está na Justiça”, afirmou.

O militar cobrou mais investimentos do governo em obras físicas e avanços na política salarial e de valorização dos servidores. O entendimento foi reforçado por Tyago Hoffmann, para quem o Espírito Santo vem demonstrando que sabe aliar resultados gestão fiscal e políticas sociais para os capixabas.

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