Meio Ambiente debate situação da Lagoa Juara Reunião do colegiado deve contrapor reclamações de moradores sobre poluição da água e posicionamento de empresas responsáveis pelo saneamento em Serra
A semana será mais curta, em razão de feriado religioso, mas as comissões da Assembleia Legislativa (Ales) seguem promovendo importantes debates. Os colegiados fecham o mês de março discutindo, entre outras pautas, as possibilidades de despoluição da Lagoa Juara, no município da Serra, importante manancial do Estado.
Para a reunião na quarta-feira (27), a partir das 14 horas, são esperados representantes das pastas municipal e estadual de Meio Ambiente, da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) e da Ambiental Serra, concessionária de parceria público-privada (PPP) firmada com a Cesan, responsável pela operação e ampliação do sistema de esgotamento sanitário na cidade. As demandas e cobranças dos moradores serão apresentadas por Claudiney Rocha, técnico em Meio Ambiente e morador de Jacaraípe.
“As empresas responsáveis pelo tratamento no município, Ambiental Serra e Cesan, falam que o esgoto é tratado, mas vemos as águas todas contaminadas. Hoje a Lagoa Juara é a maior lagoa dentro do município, faz parte da bacia do Rio Jacaraípe e tem dois grandes afluentes altamente contaminados com esgoto, que são os córregos das Laranjeiras e o Doutor Robson”, adianta Rocha sobre o dilema envolvendo a lagoa.
A Lagoa Juara está num circuito turístico com empreendimentos na orla, peixarias, passeios de pedalinho e barco. “Recebe de 3 mil a 4 mil turistas por final de semana e as pessoas se deparam constantemente com esgoto”, cita. O técnico explica que duas elevatórias da Cesan ainda estariam jogando o esgoto dos bairros próximos no córrego Das Laranjeiras. Citando que os pescadores que ainda moram na região criam peixes em Linhares, “com toda uma logística para poder vender para o turista daqui (Serra)”. Rocha esclarece que a preocupação não é só ambiental, passa por questões de saúde e socioeconômicas.
O morador explica que apesar de a fiscalização municipal atender chamados e comprovar que continuam jogando esgoto in natura nos córregos, tendo até mesmo autuado as duas empresas, faltaria mais atenção e cobrança por parte de Executivo e Legislativo municipais. “Hoje se paga 80% de taxa de esgoto para simplesmente esse esgoto ser captado e lançado nos mananciais”, afirma o convidado. Seriam mais de 20 anos de reclamação dos moradores. O assunto já rendeu duas Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) na Câmara Municipal.
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