Quaresma, guerra e poder
O mundo assiste, de camarote, a guerra do poder. A Rússia de Putin, com todo o seu arsenal bélico, está tocando o terror na até então discreta Ucrânia. O estopim desta batalha, dizem os entendidos, foi o flerte entre a Ucrânia e a OTAN. Sentindo-se ameaçada pela possível expansão da organização que afronta diretamente seus interesses, o exército de Putin está dando sua demonstração de poder em solo ucraniano. Mesmo que isto já tenha custado a vida de mais de dois mil civis.
Em resposta à invasão na Ucrânia, diversos países, liderados pelos Estados Unidos e pela União Europeia, também estão demonstrando suas forças contra a Rússia. Sanções econômicas são as cartas na mesa A ideia é sufocar financeiramente o mercado russo até que haja o cessar fogo. Mas Putin não quer saber de recuos. Pressionado pelas sanções, ordenou alerta máximo para seu arsenal atômico. E assim vamos assistindo, capítulo por capítulo, uma triste guerra para ver quem é mais poderoso.
Na contramão da fome pelo poder adentramos na quaresma. Ela aponta para o que o Todo-Poderoso SENHOR dos Exércitos fez para a nossa salvação. O tempo de quaresma não coloca diante de nossos olhos armas, exércitos ou força. Mas ela coloca a cruz. A repulsiva cruz. A torturante cruz. A vergonhosa cruz. “Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz”, sublinha a Palavra em Gálatas 3.13
A quaresma nos convida a olhar para a cruz. A olhar para quem está indo para a cruz. “Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela lei”, diz o mesmo texto bíblico de Gálatas 3.13. Jesus bebeu da maldição que estava em nosso copo. Jesus lutou a nossa batalha. E a venceu. E de um jeito que o mundo acha loucura: na cruz. A vitória do SENHOR dos Exércitos foi ser derrotado por pregos e martelos. Por nós. Por mim e por você. Por amor e misericórdia. A vitória, na verdade, é nossa. Através da morte e ressurreição de Jesus, temos pleno perdão dos pecados e salvação.
Então fica a dica: uma guerra em meio à quaresma nos convida a olhar ainda mais para a cruz. Ela, sim, é o verdadeiro “poder de Deus” (1 Coríntios 1.18). Que a mensagem da cruz continue ecoando por esta sociedade tão carente, não de guerras, mas da verdadeira paz que há no nome de Jesus.
Pastor Bruno Serves
Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB)
Candelária-RS
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